A visão do muro da casa que passei a infância, captada pela janela do meu quarto. Os dias sempre tinham sol e calor, sentia muita vontade de sair, mas tinha que estudar. Sair também era difícil, precisava gastar dinheiro, precisava ter bons amigos, atividades, coisas que não estavam bem fundamentadas, se lançar a elas causava sofrimento. Então, se prender à casa. Mas sempre admirar o céu limpo que lhe fazia contraste. A casa também era prazer, o estudo passou a ser tornar prazer, e, por fim, nos levou pra longe da casa e de seu muro “opressor”. Mas ele sempre lembra uma espera desesperada por sair pra fazer algo também não muito preciso.
Eu sou uma pessoa descabelada, com olhos grandes, meio afundados de olheira. Os óculos disfarçam agora. Sou baixa e uso roupas largas. É muito difícil sair da imagem desleixada e confortável da adolescência, gastar horas no espelho. Mas é muito difícil ser respeitada sem impor a imagem de mulher. Ao mesmo tempo que recuso a imagem de mulher se esta trouxer a ideia de submissão à aparência ou aos sentimentos. Prefiro ser homem, ou algo no entremeio.
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(elis piera rosa - elispiera@gmail.com)
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