sábado, 27 de agosto de 2011

Literatura Cotidiana



Poderíamos definir as crônicas de Literatura Cotidiana como um mergulho nos acontecimentos corriqueiros da vida de seu autor. Mas essa seria uma explicação simplista demais para qualificarmos o universo da narrativa de Bogado Lins. Suas andanças pelo tempo de hoje ou de ontem, as trajetórias percorridas no cosmopolitismo paulista ou no seu porto seguro carioca traduzem a odisseia da vida de um jovem rapaz que, às vezes, se sente mais velho do que realmente é.
O gosto pela escrita fez com que o blog se transformasse em livro. Suas vivências cotidianas foram relatadas em crônicas semanais em formato “pontocom” desde agosto de 2008. A oportunidade de lançar o livro de fato valorizou a experiência de Bogado como cronista. Reunindo um conjunto de textos cujas temáticas parecem elencadas e misturadas no tempo e no espaço, acompanhamos a vida deste personagem desde a infância até sua experiência como pai.
A publicação impressa de palavras pensadas, originalmente, para o meio digital percorre, exatamente, o caminho oposto das obras que vem sido digitalizadas no contexto da “democracia digital” do século XXI. A diferença é que Literatura Cotidiana já começou democrática. Tanto na escolha de temas comuns na vida contemporânea quanto na oportunidade do contato com os leitores que os Blogs proporcionam. Além disso, Bogado Lins publica textos encaminhados por outros escritores para enriquecer seu próprio cotidiano. 
A formação deste hipertexto digital é uma aventura contextualizada na propagação das redes sociais por diferentes meios, tablets, celulares e computadores cada vez menores e mais práticos. Carregando estes meios no cotidiano, o acesso às informações produziu um novo tipo de sociabilidade concentrada no fragmento e na pouca vivência das experiências em si. Aí está a importância da literatura. Os textos de Bogado Lins nos levam de volta a este gênero, mesmo que utilizando um formato diferente. Curtas e objetivas, as crônicas são um momento de reflexão sobre nossas vivências mais simples, muitas vezes menosprezadas na “correria do dia a dia”. É um momento de respirar, tomar fôlego e continuar.

Por: L.O.

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